Novo comportamento familiar na alimentação.
Como proceder com os filhos?
Como é difícil hoje se alimentar bem. Não é mesmo?
Engraçado. Deveria ser mais fácil. Até porque parece ser bem mais fácil comer uma maça, a fruta; do que tomar um suco de maçã.
Mas não é bem assim.
O suco vem pronto. Está lá na prateleira do supermercado. Ele é barato.
É docinho. A criança não vai reclamar que está ruim ou amargando.
É prático furar o buraquinho e colocar o canudinho. Não precisa descascar porque isso leva tempo.
Pode ser dado no trânsito.
Mas todos nós sabemos (todos nós mesmo!) que o índice de açúcar é enorme e mesmo assim insistimos com alguns hábitos terríveis e o que vemos por aí:
crianças diabéticas, problemas renais no futuro, doenças auto-imunes e etc.
Não sou nutricionista. Sou uma mãe que às vezes também se sente muito perdida com a quantidade de informação que vemos por aí.
Fui criada comendo bolinho de chuvas, pão com açúcar, macarronada da avó e nada disso parecia ser tão mal como é hoje em dia.
Mas existe uma graaaaaaande diferença entre o nosso tempo de infância com o tempo de nossos filhos:
1) nossos pais não tinham tanto acesso à informações como temos hoje e então eles não eram tão preocupados com isso. Comia o que tinha em casa e ponto.
2) não éramos tão escravos do tempo e nossas mães tinham mais tempo e por isso comíamos comida mais fresquinha e feita em casa.
3) hoje em dia os produtos prontos e industrializados tomaram conta da mesa dos brasileiros.
4) alimentos orgânicos, sem glúten, feitos com farinha integral, leites vegetais e etc… são mais caros que os tradicionais.
Ou seja, vivemos em outros tempos. Tudo mudou.
E com isso, as famílias não sabem mais lidar com a alimentação de forma em geral e somos bombardeados com a quantidade de PODE e NÃO PODE.
Antes era saudável trocar a manteiga para a margarina.
O leite de soja já foi o queridinho da vez.
O pão francês fazia parte do lanche da tarde de todos os dias.
E agora sabemos que:
A margarina faz muito mal à saúde por ser um creme vegetal.
O leite de soja é muito alergênico e altera os níveis hormonais.
E a farinha branca em excesso faz mal mesmo para quem não tem restrição e não deve ser consumida todos os dias.
Então como proceder?
Bom senso, equilíbrio e claro; cada criança, uma sentença.
Generalizar é um grande erro.
Já li casos absurdos como de um bebê que chocou o mundo com a seguinte notícia: os pais tiraram por conta própria o glúten da criança e ela morreu. Fui ao extremo mas infelizmente este caso foi verdade.
E fora que ainda existe o preconceito. Eu já vi mães retorcendo o nariz umas para as outras por conta do extremismo do modismo da alimentação saudável.
O mais importante é ter limites e para mim existe uma palavrinha mágica aí – a QUANTIDADE.
Um chocolate pode? Pode. Na quantidade adequada.
Um pão frânces pode? Claro. Mas será que ele deve ser oferecido todos os dias?
Um salgadinho pode? Se a criança estiver saudável, porque não um por semana?
Já li em artigos que a ingestão de carboidratos varia de criança para a criança.
Vejam bem isso:
A quantidade de carboidratos que deve ser comida diariamente varia, dependendo da idade e também do quanto de energia se gasta. Crianças que praticam atividade física regularmente necessitam ter o consumo adequado de carboidratos, pois esse nutriente será responsável por maximizar o desempenho durante o exercício, e evitar o cansaço e a fadiga, diz Maria Angélica Monteiro Grecco, especialista em nutrição enteral e parenteral, de São Paulo. Segundo a especialista, a ingestão correta desses itens evita que o organismo utilize proteínas de sua própria massa muscular para gerar energia, minando-as. Os carboidratos devem compor de 50% a 60% do total de calorias consumidas todos os dias pelos pequenos.
Existem tipos de carboidratos que fazem mal à saúde e, se fizerem parte da alimentação diária da criança, podem acabar engordando sem nutrir, como é o caso das farinhas brancas presentes nos pães e massas. Assim como para os adultos, a substituição das versões refinadas pelas integrais é altamente recomendável para evitar a obesidade nas crianças. Além, é claro, de incentivar nelas bons hábitos alimentares desde cedo.
Vale a pena controlar o consumo de pães e massas à base de farinha de trigo branca, batata e mandioca, bem como o de doces e sorvetes, que possuem I.G. alto. Esses itens devem ser consumidos esporadicamente. Outro alimento a se evitar são os biscoitos. Eles são ricos não só em carboidratos que não nutrem, mas também em conservantes e corantes, que acabam fazendo mal à criança, sem contar que são cheios de açúcares – alerta a especialista.
Então, vejam que existe uma mudança de comportamento aí. Não só alimentar.
Comportamento que gera mudança alimentar.
Fomos criados de um jeito e agora estamos nos re-inventando para melhorar a saúde de nossos filhos.
Mas como na vida, nada é estático. Tudo muda mesmo. Por que não tentar melhorar a cada dia este hábito como um todo na nossa mesa?
Agora entre todas as dicas que já li por aí nenhuma é melhor do que essa:
Seu filho come, o você come.
OK?
Seja exemplo. E nada mais será tão difícil.
Bjos de Carol Siqueira.